terça-feira, 22 de março de 2016
TRÊS FESTAS INFANTIS NO MESMO DIA
Um dia... três festas infantis... o inferno deve ser mais agradável que isso.
Assim que fui intimado pela patroa, fiz cara feia e tentei negociar.
Eu: "Cara, na boa, três no mesmo dia não dá! Eu levo eles em uma, tu vai na outra e a terceira a gente tem uma dor de barriga e não vai..."
Ela: "Rá! Nem começa! Não fiz filho pra ir em festa sozinha com eles. Tu vai e vai nas três!"
Eu: "Dessa vez to falando sério, não vou nas três nem fud****!"
Ela: "Tá bom... não vai não..."
E quem já acompanha esse blog sabe como terminou isso, né? Fui nas três... =[
E como toda festa que nós vamos, a gente compra o presente minutos antes de chegar na festa. Tu foi convidado tem 1 mês. Trabalho no centro da cidade, perto de um monte de lojas de brinquedo. Passo em frente a uma todos os dias pra ir e voltar do trabalho. Pergunta se eu comprei. Ela passa em frente a mesma loja... pergunta se comprou!
E no dia fatídico, saímos com uma mala gigante só com roupas extras deles, ainda mais agora com o Dudu desfraldando. Acho que naquela mala tinha mais cueca dele do que eu tenho no armário.
Partiu shopping, comprar presentes! Entrando na loja, meus filhos já saem correndo, um pra cada lado, olhando tudo com os dedos. Porque tu sabe que criança não sabe olhar com os olhos, né? Tem que tocar em tudo! Catucam tudo, saem apertando todos os botões de "try me", mexendo em tudo quanto é boneco, carrinho, caixinha colorida... Fico tenso achando que vão quebrar algo e vou ter que pagar! Mas foco nos presentes, sempre começo vendo uns que eu acho maneiro, que eu gostaria de ganhar...
Eu: "Bom dia, quanto custa esse aqui?"
Vendedora: "R$499,99!"
Eu: "Oi? Não, não vou levar todos não... vou levar um só!"
Aí a vendedora me olha com um sorriso amarelo já prevendo que não vai ganhar uma comissão maneira comigo. E tu já caga para os brinquedos maneiros e vai escolhendo por preço.
Rafa: "Papai, você vai comprar brinquedo pra gente?"
Eu: "Não, filha. Papai conversou com você antes de entrar na loja que iríamos comprar só para os seus amigos que fazem aniversário hoje, lembra? Não é seu aniversário..."
Vou escolhendo junto com a Cecilia os que estavam dentro do orçamento...
Rafa: "Mamãe, você vai comprar presente pra gente?"
Cecilia: "Rafa, seu pai acabou de falar com você... não é seu aniversário, filha!"
Escolhido os três presentes, vamos pro caixa..
Rafa: "Papaaaaaai, compra um presente pra gente?!"
Eu: "Tu tá de sacanagem? Qual parte tu não entendeu? Não é seu aniversário, filha..."
Vendedor: "Vai pagar em quantas vezes? Por esse valor, da pra parcelar em 2x"
Eu: "Duas vezes então, uma pra agora e outra pra 2017, pode ser?"
Rafa: "Papaaaaaaaaai, por que que você não vai comprar presente pra gente?"
Eu: "Puuuuut... xaaaaaa, cara!"
E lá fomos nós pra primeira festa. Casa de festas. E casa de festas é maneiro que passa aquela ideia de segurança, ambiente controlado, dou uma relaxada achando que nada pode acontecer. Meus filhos chegam lindos, mas com dois minutos já estão sem sapatos, já tem suco na camiseta, já bateram com a cabeça em algum lugar... tudo grudando de suor. Festa bacana, conhecia bastante gente, galera fica na resenha, rolou até um "rei da mesa" no futebol do videogame... tudo tranquilo até agora.
E cada festa de criança que eu vou, sinto o meu prazo de validade abaixando... devo perder de uma a duas semanas de vida. Não é pelo estresse não (até poderia ser) mas pela comida rica em carboidratos e alimentos com altos índices glicêmicos. Começo me controlando nos salgadinhos, vou selecionando só os tops. Deixo passar coxinha, quibe, bolinha de queijo e pego o empanado de camarão. Refrigerante? Só zero!
Dudu: "Papai, xixi!"
Eu: "Tu tá me avisando que isso ai na bermuda e na camisa é xixi e não água? Pô, Dudu! Lugar de fazer xixi é onde?"
Dudu : "No naso... (ele quis dizer "vaso", mas o "v" sái com som de "n" no início das palavras)..."
E ele gasta a primeira muda de roupa.
Parabéns! Rá-tim-bum e aí vem a rodada dos doces. E recusar brigadeiro, beijinho e bolo é para os fortes. Eu sou frouxo, vocês viram lá em cima. Pego todos! E já dou uma cutucada na patroa pra ir levantando acampamento que já está no laço pra ir pra próxima festa.
Colocamos os dois no carro, nas suas respectivas cadeirinhas, e partiu segunda festa.
Festa em play. Play eu fico mais alerta que não tem só convidados, tem morador, pode entrar gente de fora e eu tento ficar de olhos neles o tempo todo. É neurose de pai. E começa o rodízio de petisco. Tu já tá meio de saco cheio, não está tão seletivo, só quer que o tempo passe rápido. Já começo a pegar além do empanado de camarão, a bolinha de queijo. Refrigerante quando passa zero eu pego, quando não tem zero vai normal mesmo. A festa não foi tão legal quanto a primeira porque a minha galera ficou toda lá. Nessa eu só conhecia os pais e o aniversariante. Aí a hora demora mais a passar, fico na mesa engordando enquanto os remelentos ficam brincando do lado de fora do salão, ainda sob minha supervisão.
Parabéns! Mais um rá-tim-bum e vem mais uma rodada de doce. Mais uma vez não nego nada... e passo de "satisfeito" a "começando a ficar empanzinado".
Dudu vem andando já me olhando bolado, eu olho pra ele, todo sujo, todo cinza... a bermuda toda molhada! Porr*, mijou de novo!
Eu: "É xixi, Dudu?"
Dudu: "Xixi..."
Eu: "Pô, cara! Lugar de fazer xixi é onde?"
Dudu: "No naso..."
Ele responde já todo tristinho... não sei se estava cansado da festa ou de fazer toda hora xixi na calça. Deu pena. E vai mais uma muda de roupa.
Já era noite, última festa, graças a Deus. Play também. Nessa altura, parceiro, eu não queria mais saber de filhos, de esposa, de filtrar salgadinho... só queria que o dia acabasse logo ou que minha morte fosse rápida. Meus filhos já não eram mais as mesmas crianças lindas que saíram de casa hoje cedo. Rafa já estava descabelada e com o vestido manchado de suco de uva. Dudu já chegou na festa sem camisa e sem sapato. Já larguei eles lá fora e fui cumprimentar os pais. Tive vergonha de levar meus filhos porque nem de mão dada eu entrei com eles no play de tão imundos que estavam.
Dudu: "Papaaaai, xixi!"
Eu: "Cara, tu só tem mais uma muda de roupa, é bom que essa seja a última..."
Mas dessa vez ele estava sequinho..
Eu: "Cadê o xixi?"
Dudu: "No naso! Namos!"
E pela primeira vez naquele dia ele avisou antes de mijar nas calças. Sai correndo com ele pro banheiro. Banheiro imundo do play... mictório cheio de mijo no chão e as cabines estavam impraticáveis. Abaixo a bermuda e a cueca dele, levanto ele abraçando-o na minha frente, no alto para ele não encostar em nada...
Eu: "Pode fazer..."
Dudu: "Não quero..."
Eu: "Como não quer? Tu me chamou... faz uma forcinha aí"
Ele fez xixi... e de repente sinto um cheirinho ruim...
Eu: "Dudu soltou pum?"
Dudu: "Não... não..."
E ele não tinha peidado não... tinha cagaaaado! Em miiiiiiiiiim!
Eu: "Puuuuut... xaaaaaa! Não era xixi, cara?"
Dudu: "É..."
Eu: "Tu cagou em mim... tu tem roupa pra tocar, eu não..."
E quando olho pro chão, um coco do tamanho do meu punho fechado, metade esmagado... Aí tu pergunta: "Metade esmagado?". Porr*, ele não só cagou sujando minha camisa, minha bermuda como eu ainda pisei no cocô tentando segurar ele mais perto do vaso... imagina a cena: eu já com azia de tanto salgadinho e refrigerante, de saco cheio, cansado, terceira festa, final do dia e eu todo cagado! E de um cocô que não era nem meu! "Me leva daqui, Jesus!".
Acho um lugar no chão do banheiro que não tinha mijo ou papel e coloco ele em pé. "Não se mexe, fica paradinho aí!". Pego uma porrada de papel, molho na pia e limpo o cagalhão do chão. E minha roupa? Molho mais papel e começo a esfregar onde o cocô bateu na minha camisa. Camisa preta, não iam notar o molhado. Mas a bermuda era clara... bege... molho mais papel, esfrego na bermuda e fica aquela mancha molhada. Agora parecia que EU havia mijado nas calças! E tu acha que sái fácil? E o cheiro? Pego mais papel, encho de detergente e esfrego mais a bermuda, camisa... depois tiro do sapato... e o cheiro não ia embora! Já não sabia se estava entranhado no meu nariz ou se realmente estava fedendo... eu era a felicidade em pessoa!
Quando vou vestir ele, vejo que o cocô quando saiu, sujou a bermuda dele também antes de bater na minha camisa e descer... Levo ele pelado lá pra fora, chamo a mãe daquele moleque e falo: "Toma que o filho é teu!". Cecilia troca ele rapidinho e ele volta para os brinquedos lá de fora... Eu já nem quero mais saber onde eles estão. Nessa altura eu já estava comendo coxinha, quibe, até aquele folheados com uvas passas que ninguém come. Já não recusava nem água. Estávamos no salão fechado, com ar-condicionado...
Cecilia: "Tá sentido um cheiro ruim?"
Eu: "Não..."
Cecilia: "Tá um cheiro de merd* aqui... tu peidou?"
Eu: "Não, porr*! Teu filho cagou em mim!"
E era eu mesmo... o cheiro de merda não saiu da camisa nem da bermuda, e talvez nem do sapato. Fui obrigado a sair da área com ar-condicionado e ir pro calor lá fora onde era arejado. E puxando a camisa pra frente toda hora para tentar tampar a bermuda molhada... ridículo. Queria muito que o Dudu desfraldasse logo para economizar em fraldas, mas se for pra ficar tomando cagada na rua, eu volto a comprar fraldas sorrindo.
Mais um rá-tim-bum e toma de brigadeiro, vem bolo! Tinha curiosidade de fazer um exame de sangue naquela hora, daria diabético com certeza! E nem precisa falar como os moleques estavam, né? Cansados e sujos como se estivessem sidos escravizados em alguma carvoaria durante o dia todo.
Os quatro acabados, as crianças apagam nas cadeirinhas do carro antes de eu colocar meu cinto de segurança. Ligo o ar-condicionado e saio. Não dá 10 segundos e eu e Cecilia descemos rápidos os vidros! Cheiro de merd* insuportável!
Existem dias que Deus esquece de olhar pra mim...
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Chorei de rir literalmente! Muito bom !
ResponderExcluirRiu porque não foi contigo! HAHAHAH =P
ExcluirTirando a cagada, já passei por sufoco de duas festas no mesmo dia. No final, você não come direito, fica exausto e eu ainda tinha uma facite plantar. Festa de play no final. Meu filho rodava o play todo e eu mancando atrás dele. Final do dia, estava implorando para tudo acabar -23:00. Acabado. Show, retratou muito bem o sufoco
ResponderExcluirO que mais me deixa triste é que não dá para tirar um aprendizado disso. No outro fim de semana ou no próximo mês, passaremos por tudo isso de novo... Jesus!
ExcluirQue texto!!!! Muito bom! Passei vergonha chorando de rir!!! E sabe porquê é tão engraçado? Porque é super verdade!!! Sincera, nua e crua verdade!
ResponderExcluirInfelizmente é tudo verdade =P
ResponderExcluirkkkk... Cara... Já estou me vendo indo na noite de autógrafos do seu livro... muito bons esses textos... Abraços!!!
ResponderExcluirHUAhuAhuAhuAhuA valeu, Edymelson! Abraço!
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