quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

“PAPAI, XIXI!”


Rafaela: “Papai, xixi!”

E quando tu ouve isso e não tem nenhuma mulher por perto pra levar a tua filha em algum banheiro público? E aí? Tu leva em qual banheiro: masculino ou feminino? E vai achar um banheiro no mínimo apresentável? E uma cabine grande pra vocês dois?

Em casa é fácil, tu taca a garota no vaso e deixa ela lá… desde pequena foi assim, e hoje ela até se limpa sozinha. Agora na rua… na rua o bagulho é tenso! Tu não vai deixar ela sentar em nenhum assento nem colocando mil folhas daqueles assentos de papel.

Estávamos numa das pracinhas da Tijuca e vem ela:

Rafaela: “Papai, xixi!”

Procuro pela Cecilia mas não acho, então pra não parecer fraco mandei um: “Vem comigo!”

Como se soubesse o que estava fazendo, peguei ela no colo porque achei que se fosse procurar um banheiro com ela andando, a vontade apertaria. Entro em vários estabelecimentos e por fim encontro uma senhora que deixa a gente usar o banheiro da pensão dela. “No final do corredor, segunda porta a direita, senhor!”. E quando entro naquele banheiro, mal dava pra lavar a mão de tão apertado.

Eu: “Rafa, não encosta em naaaaada, ok?”

Pego ela no colo, passando meu antebraço por trás dos joelhos dela, e com o meu outro braço, passo por baixo do sovaco dela, deixando ela em uma posição de cadeirinha. E aqui fica a dica: a coxa com a bunda tem que estar em uma paralela com a tampa do vaso. Bunda e joelho na mesma altura. Se a bunda baixar mais que o joelho, vai mijar pra frente e vai dar merda! Descobri isso nesse dia mesmo… vai vendo.

Eu: “Páááára! Pááára, Rafa!”

Já era tarde! Ela com a bunda quase entrando no buraco da tampa, mas o joelho na altura dos peitos, me mijou todo! O primeiro jato foi direto na minha perna. Tentei manobrá-la rápido, o jato foi descendo em direção ao centro do vaso, mas nisso passa pela calcinha que estava nas canelas e escorre pela coxa dela, pegando meu antebraço… pingava xixi de tudo quanto era lugar. Naquele lugar pequeno, eu me apoiando na parede já porque o braço estava cansando, não tinha onde abaixar com ela para limpar a cagada. Deixo ela no corredor, toda mijada. Tiro a calcinha dela e com a metade limpa, limpo o que escorreu para não cagar mais o corredor. Jogo a calcinha no lixo e visto ela após limpá-la com um pouco de papel higiênico molhado.

Eu: “Fica aí quietinha que vou tentar limpar a cagada aqui dentro…”

Com a porta do banheiro aberta para não perdê-la de vista, saio molhando papel higiênico e passando em tudo, em mim, na parede, no chão, na tampa do vaso… era tanto xixi fora que eu acho que não caiu nada dentro. Molho minha bermuda toda e a parte de baixo da camisa tentando limpar aquele xixi…

Dou a mão para a Rafa e faço o caminho de volta. O corredor parecia maior do que quando viemos. Nisso uma cliente passa por nós e quando entra no banheiro fala: “Nossa, que cheiro de mijo!” e eu respondo baixinho, olhando pra Rafa: “Me desculpe, mas eu não tinha desinfetante, só papel higiênico molhado!”. A Rafa ri, colocando a mão na frente da boca para a risada não sair alta…

Agradeci a senhora da pensão e voltamos para a pracinha…

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