segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

DOMINGO DE SOL… DIA DE PRAIA! OBA!


Ainda sobre as coisas que os comercias do Sundown nunca te falarão sobre filhos e raios UV…

Nunca fui muito fã de praia… todo gordo sofre com o calor. Todas as dobrinhas suam, assa tudo, sempre tu esquece de passar filtro solar em alguma parte do corpo e fica parecendo uma zebra branca e rosa no dia seguinte. Mas lembro que era tão simples de ir quando não tinha filhos… a hora que acordasse era hora, pegava uma camiseta, bermuda, chinelo e a chave de casa… as vezes levava um trocado para o mate e o Globo malocado num saquinho plastico pra não molhar e estava pronto. Mas hoje em dia… só de pensar em fazer a mudança eu fico mais desanimado ainda…

Quem tem filho sabe, pra levar as crianças pra praia, tem que ser de madrugada. O sol “saudável” para eles é de 4h30 da manhã até as 4h45.

Acordamos às 3h45. A Cecilia faz os sanduíches de atum, separa frutas, eu pego meu mate, água, coloco no cooler (porque agora tem que levar cooler pras crianças terem água fresca). Acordo os moleques, eles ainda com a cara cheia de remelas, e falo para cada um escolher UM brinquedo para levar. Dudu pega um carro do McQueen do tamanho de um kart, um balde do Buzz Lightyear do tamanho dele com acessórios para você arar uma fazenda inteira e uma bola do Toy Story. Rafaela pega panelinhas, pratinhos, talheres, 7 bonecas e uma maletinha da Doutora Brinquedos.

Além disso tudo, tem duas cadeiras (sempre alugávamos na praia, mas depois que ela virou mãe, ficou com nojinho) e uma barraca que parece uma tenda, toda colorida, gigante, parecendo uma montanha pintada de arco-íris. E uma caixa média retangular de papelão, pesadinha…

Eu: “Zão, que que tem na caixa?”
Ela: “Nada não…comprei uma piscininha…”

Temos Copacabana perto, Ipanema perto, Leblon perto, Leme perto… qual praia a mulher escolheu? Grumari! Só 50km da minha casa… mas praia boa é praia longe, tá certo… conhecer novos ares, outros estados, é sempre bom viajar.

Chegamos na praia! Estacionamento vazio e as outras famílias com crianças pequenas chegando aos poucos. Era tão cedo que ainda tinha aquela neblina fria matinal. Um bêbado dormindo com seu fiel vira-lata no meio da areia, todos os quiosques ainda fechados e nenhum ambulante trabalhando. Começo a descarregar aquela meia tonelada de bagulhos e armo a tenda o mais próximo da água, para ninguém atrapalhar nossa vista. Coloco as cadeiras, arrumo o cooler no meio delas. Pego a caixinha retangular e quando vou ver a “piscininha”, uma Tony de uns 500L.

Eu: “Razão, tu comprou outra barraca?!”
Ela: “Deixa de ser escroto! Monta aí, rapidinho tu enche!”
Eu: “Tu trouxe uma bomba pra puxar água do mar?!”
Ela: “Bomba?! Pega o baldinho do Dudu… rapidinho enche…”

Vamos supor que no baldinho caiba um litro… A piscina tem uns 500L… “Toma no seu c*, né?!

Serinho, cavei fundo em baixo, bem onde seria o centro da piscina, para fazer um buraco no chão e quando começar a encher, fazer uma poça para eles brincarem… É bom que ninguém se afogaria naquele dia. Fiz umas 20 viagens com o baldinho do Buzz e a poça tava lá… dois palmos de água por 5cm de altura. O melhor foi ver a cara dos dois assim que eu desisti de pegar mais água. Ficaram ali do lado da poça, sem entender nada, esperando pra ver o que ia acontecer, por que que só tinha aquilo de água e por que que o papai já foi embora…

A praia começa a encher de famílias e notei que perto da nossa barraca começou a aglomerar mais da galera solteira e casais sem filhos… no início não levei na maldade, a praia é livre afinal. Daí um tempinho depois vejo duas mulheres se beijando na barraca vizinha. Achei maneiro! Mais a frente um maluco com a sunga tão pequena que ficaria apertada no Dudu. “Mas que p**** é essa?!“, pensei. Nisso três caras abraçados passam por nós indo em direção a água. Quando um deles toca na água fria, ele pula no colo do outro. Todos riram e dai começaram a um jogar água no outro e darem gritinhos. “Mas que p**** de praia é essa?!“, pensei de novo. Do nada vem um maluco, 2 por 2, um tanque! Rezei para meus filhos não terem jogado areia em nenhum pertecem dele… vem na minha direção, eu já lanço um “Bom dia, meu amigo!” para quebrar qualquer atitude do cara e ele me responde: “Booom diiiia! Liiiinda barraca! Adorei a iniciatiiiiiva, fofo!“.

Eu: “Oi?”

Me levanto, vou em direção a água e me viro para ver a barraca. Aquela tenda toda colorida, parecendo um arco-íris… “Caraaaaaaaleooooouuuu!“. Tínhamos acabado de criar um ponto LGBT em Grumari. AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!

Quando volto, o “bofe” já tinha feito amizade com a patroa e estava brincando de boneca e panelinha com a Rafa. O namorado dele apareceu e estava com o baldinho do Buzz enchendo mais a piscina. Enquanto o namorado enchia a piscina, Dudu estava do lado de fora comendo areia…

Eu: “Dudu, areia não, cara! Isso não é farofa, isso é sujo..”

E ele lá enchendo a mão e jogando na boca, felizão… Fiquei uns 5 minutos limpando o moleque e me viro para pegar um sanduíche de atum no cooler. Quando me viro pra ele novamente, está a boca cheia de areia de novo!

Eu: “Caraca, moleque! Acabei de falar contigo…”
Dudu: “Nãããoooo!”

Pego a mão dele e limpo novamente, dando tapas de leve na bochecha, boca, para tirar toda aquela areia… Agora me viro para pegar uma água e quando volto, está com a boca aberta no chão, parecendo uma retroescavadeira fazendo um serviço de dragagem na praia… ele levanta, olha pra mim com aquela lama na boca, cheia de areia, baba, a cara toooooda à milanesa e ri! Caguei… “Se tu quer virar um siri, problema é teu, moleque!“. Depois disso ele ficou cagando areia durante uns 3 dias… juro pela felicidade deles!


Chamo a Rafa e tento levar ela para tomar um banho de mar comigo. Quando vamos chegando perto da água, ela começa a gritar, se debater…

Eu: “Calma, cara! É só água, tu tá comigo…”
Rafa: “Não, papai! Quero voltar!”
Eu: “Calma, tu tá comigo, vamos ficar aqui só na espuminha…”
Rafa: “Nããõ! Eu tenho PAVOR de mar!”
Eu: “Oi?”

Pavor”? Da onde essas crianças aprendem essas palavras?! E não entrou nem na espuminha. E voltou correndo pra brincar de panelinha com seu “novo” amigo. Dudu nessa hora não era mais meu filho, parecia uma DUNA de tanta areia!

O sol começa a ficar alto, é hora de levantar acampamento e ir embora. Nos despedimos do casal, desmancho o novo ponto LGBT da praia, pego o cooler, cadeiras, barraca e a cisterna de 500L. Cecilia pega todos os brinquedos, junta numa sacola, bota no ombro, dá a mão pra Rafa e a outra pra duna.


E sabe o que é agoniante? Praia dá um soninho maneiro depois, certo? As crianças desmaiam no carro na volta pra casa e você tá doido pra chegar em casa, tomar um banho e dormir também. Mas tu chega em casa, da banho em geral, teu sono aumenta e as crianças estão como depois de dormirem nos 50km na volta?! =[

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